Sim, sim, sim, sim, sim, sim, sim, sim, sim, sim... A resposta à famosa
pergunta “você aceita fulana como sua legítima esposa (o)?” foi
repetida 63 vezes na manhã deste domingo, na Arena Corinthians, em
Itaquera, durante casamento coletivo organizado pela Odebrecht,
construtora responsável pela obra.
A maioria dos casais estava presente para oficializar uma união de
anos. Afinal, muitos deles já moram juntos e até possuem filhos. Mas em
alguns casos, o nervosismo é inevitável. Caso de Joseildo Emídio da
Silva. Mesmo depois de sete anos morando com Daniela da Silva Moura, o
operário tremia as mãos.
Na hora de provar as alianças, cedidas pela construtora ao casal, o
rapaz mal conseguia encaixá-la em seu dedo. Ao seu lado, a sorridente
esposa exibia um buquê diferente dos das demais noivas. Ela “recusou” o
que seria fornecido pela Odebrecht para usar aquele que foi dado de
presente pelo noivo.
- Eu fui ao mercado, comprei um vaso de flores, uns arranjos, um
símbolo do Corinthians e eu mesmo fiz o buquê dela – contou, empolgado,
Joseildo. Daniela é corintiana fanática e ficou feliz em ter a chance de
oficializar sua união com o operário no palco da abertura da Copa do
Mundo.
Dentre os 63 casais que estiveram em Itaquera no casamento deste
domingo, um se destacou pelo fato de os dois (noivo e noiva) trabalharem
na obra. Daniela e Luis Fernando trabalham em turnos diferentes, é
verdade, mas estão juntos até mesmo no registro na carteira de trabalho.
- Eu comecei primeiro na área administrativa. Aí quando vi que tinha
oportunidade para ele, o avisei. Agora ele é ajudante de produção –
declarou Daniela.
Não foram apenas os operários que aproveitaram para oficializar os
casamentos informais. Teve engenheiro chefe da obra que levou a mulher
para receber uma benção pelas Bodas de Pérola (30 anos de casamento).
Frederico Barbosa, gerente operacional da Arena Corinthians, estava todo
feliz ao lado de Andréa.
- É a hora do se vira nos 30 (risos). É um prazer para mim vir
compartilhar esse momento importante com os operários – falou o
engenheiro.
Antes de o casamento começar, quem esteve na Arena Corinthians para
dizer algumas palavras aos casais foi Andrés Sanches, ex-presidente do
Timão e agora diretor de seleções da CBF. Em seu discurso, o cartola
valorizou a ação da construtora e a oportunidade de regularização dos
casamentos.
- Além do orgulho de vocês estarem construindo esse estádio, tenho
orgulho das iniciativas que vocês têm tomado aqui. Essa é a chance de
regularizar as uniões de vocês. Quero agradecer também às esposas que
deixam seus maridos saírem no domingo para ver o jogo do Corinthians –
brincou Sanches.
O casamento coletivo em Itaquera, palco da abertura da Copa do Mundo,
começou com a cerimônia civil. Depois de casados em nome da lei, os
noivos se dividiram para a benção religiosa. Havia espaço para católicos
e evangélicos. Todos os casais receberam um par de alianças e os
registros do cartório e da igreja.
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