Nascido na pequena Santo Antônio de posse, no interior de São Paulo, o jovem José Ferreira Neto, ou apenas Neto, começou a mania de chutar ainda criança. As canelas dos vizinhos de Carlos Soldado e Dona Cidinha sofriam com o garoto.
A paixão pelo futebol iniciou no clube da cidade, o União Possensse. Lá o menino era chamado pelos grandões para desequilibrar as partidas. Era nítida a intimidade com a bola. Levado pelo pai, Netinho começou a atuar pelo dente-de-leite da Ponte Preta. Eram viagens frequentes e cansativas. Tudo por um sonho. Só que a falta de recursos fez o pai exigir alojamento para o rapaz em Campinas. Exigência negada pela diretoria da Macaca.
Chamado pelo rival Guarani, o jovem Neto começava ali a construir uma linda história de amizades e sucesso profissional. Morou nos alojamentos do estádio Brinco de Ouro por algumas temporadas. Lá conquistou o respeito de todos. É verdade que o temperamento explosivo também lhe trouxe alguns problemas.
No Bugre de Campinas pulou da categoria juvenil direto para o profissional. Algumas temporadas depois e Neto já era considerado uma das principais revelações do futebol brasileiro. Tanto que sempre era convocado para as Seleções Brasileiras de base.
Em 1986 foi emprestado para o Bangu e para o São Paulo. No Tricolor fez parte dos "Menudos do Morumbi" campeões Paulistas no ano seguinte. De volta ao Guarani, Neto foi um dos principais jogadores na campanha do vice-campeonato de 88. O gol de bicicleta no primeiro confronto das finais contra o Corinthians até hoje é lembrado como um marco na carreira do rapaz.
A pedido do então técnico do Palmeiras, Émerson Leão, o polêmico meia-esquerda desembarcou no Palmeiras. Lá fez parte de uma história de 23 jogos sem derrotas. "Taça dos Invictos" conquistada e apenas uma única derrota para o Bragantino. Resultado que lhe tirou o direito de disputar o título estadual pela terceira vez consecutiva. Mas os constantes conflitos com o treinador fizeram o clube alviverde trocá-la com o arquirrival Corinthians. O pernambucano Ribamar era o escolhido. Negociação que marcaria definitivamente sua carreira.
Neto estava no Corinthians. Onde colecionaria uma história de muitos jogos, gols e conquistas importantes. Ficaria conhecido rapidamente como um especialista nas bolas paradas, sobretudo as cobranças de faltas. O Brasileiro de 1990 foi o ápice na carreira. Ali o Timão deixava a identidade de time regional para se consolidar como uma potência nacional.
Foram anos de ascensão. Durante pelo menos três anos o Parque São Jorge era a casa do principal jogador do futebol brasileiro. As convocações para a Seleção Brasileira eram frequentes. Mas em 93, aconteceu a separação. Neto aceitou uma proposta do Millonarios de Bogotá. Tristeza para a Fiel! Despedida de um ídolo eternizado.
Dali em diante começaria um ciclo de clubes que marcaria a carreira do jogador. Atlético-MG, Santos, Matsubara, Araçatuba, Paulista de Jundiaí, OSAN e Deportivo Itaochacal da Venezuela. No meio disso tudo ainda teve um retorno providencial ao Corinthians, onde reconquistou a confiança e um título Paulista em 97.
No futebol venezuelano Neto pendurou as chuteiras com 33 anos, em uma carreira abreviada por problemas de peso e recheada de histórias e aprendizados.
Na Seleção Brasileira o meia-esquerda de chute forte e preciso conquistou o vice do Panamericano de 83, o título do Sul-Americano Junior em 85, a medalha de prata da Olímpiadas de Seul em 88, além do 2º lugar da Copa América do Chile em 91.
Trajetória no Corinthians
- 1989 /93 e 1996/97
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