As imagens da TV permitem observar que uma pessoa manipula o artefato, ou seja, no mínimo 11 dos 12 torcedores não são os autores do crime, se é que algum deles é o verdadeiro responsável.
Segundo a polícia boliviana, dois deles foram indiciados como responsáveis pelo crime por estarem com sinalizadores similares. Se isso é verdade, ainda que eventualmente tenham descumprido as leis do país e mereçam ser processados, não são culpados pela morte. Os demais são chamados de cúmplices, sabe-se lá por quais razões.
A impressão que fica é a de que a polícia boliviana, querendo dar uma resposta rápida à opinião pública, prendeu os que estavam por perto e não tem provas para incriminá-los. A declaração dada pela chefe da investigação à Folha reforça a suspeita: "Não dá para ter certeza plena se realmente foi um dos que estão presos. Só vamos saber quando as investigações acabarem, em seis meses".
Apesar disso, os 12 torcedores estão desde o dia 20 de fevereiro em uma prisão, amontoados em celas apertadas. Na ala dos corintianos, há 40 pessoas e só um banheiro, com um chuveiro e um buraco no chão.
No Brasil, o caso dos corintianos não desperta compaixão, dado o histórico das torcidas organizadas. Ano após ano, os episódios de violência se acumulam. As facções, muitas das quais envolvidas no tráfico de drogas, contribuem para a decadência do futebol brasileiro. Qual pai tem coragem de levar seu filho para assistir a um Palmeiras e Corinthians?
Ainda assim, por mais que a sociedade deseje o fim da violência e até a extinção das torcidas organizadas, é terrível pensar que aqueles sujeitos possam estar presos injustamente.
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